Os princípios básicos do desenvolvimento pessoal que precisas conhecer (e que ninguém explica!)

Queremos transformar aspetos nossos ou das nossas vidas, queremos melhorar, expandir, evoluir. Queremos sentir-nos bem na nossa própria pele, leves e abundantes. Queremos brilhar e ser toda a nossa potência.
Aí, mergulhamos no autoconhecimento e no desenvolvimento pessoal e espiritual; participamos em retiros e workshops, fazemos formações, lemos e meditamos.
Porém, muitas vezes, saímos desses processos frustradas, sentindo que não alcançámos a transformação que desejávamos. Não conseguimos dissolver as nossas limitações ou dificuldades, voltamos a sentir-nos como sempre nos sentimos e a nossa realidade externa continua semelhante, se não igual, à mesma de sempre.
Muitos desses nossos “fracassos”, dores e frustrações, prendem-se com o facto de sabermos tão pouco sobre o que estamos, de facto, a fazer. Sem sabermos como funcionam a nossa mente e o nosso corpo, sem percebermos essa relação mente-corpo e sem compreendermos de que forma mente e corpo se conectam com a realidade externa que vivemos, não podemos saber como transformar.
Neste artigo, vamos perceber melhor como funciona a nossa mente, de que forma ela se relaciona com o corpo e como este corpo-mente cocriam a nossa realidade. Desta forma, compreenderemos melhor como podemos transformar corpo-mente e assim, a nossa realidade.
As nossas duas mentes
Falamos em mente quando, na verdade, temos duas mentes distintas: a consciente e a subconsciente. Elas têm funções diferentes assim como forma diferentes de aprender e neste processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, é importante conhecê-las de forma a compreendermos como usá-las, trabalhar com elas e transformá-las.
As diferentes funções das duas mentes:
- mente consciente – é criativa, sendo através dela que imaginas e visualizas;
- mente subconsciente – é a mente dos hábitos isto é, é através dela que fazes coisas sem precisares de refletir sobre elas ou de reaprendê-las novamente. A esses hábitos, chamamos de programas. “Andar” é um exemplo de um programa subconsciente: aprendes a andar até aos dois anos de idade e não voltas mais a pensar no que precisas fazer para dar passos.
Enquanto a nossa mente consciente representa 5% de quem somos, a nossa mente subconsciente representa 95%. Então, o nosso maior trabalho e onde se opera a transformação, é justamente ao nível do subconsciente.
Como funciona o subconsciente?
Quando temos um pensamento, o nosso cérebro produz determinadas substâncias químicas. Essas substâncias químicas enviam sinais para o corpo, transmitindo-lhe esse pensamento.
Quando o corpo recebe essas mensagens químicas do cérebro, obedece-lhe através de sensações alinhadas com aquilo em que o cérebro está a pensar. Aí, passamos a sentirmo-nos como pensamos (emoções).
Através das hormonas, o corpo envia uma mensagem de resposta ao cérebro a confirmar que está a sentir-se exatamente como o cérebro está a pensar. Aí, o cérebro produz mais pensamentos, que por sua vez libertam mais das mesmas substâncias químicas cerebrais que, por sua vez, irão causar a produção das mesmas hormonas no corpo (mesmas emoções).
Estes padrões de pensamentos e emoções vão-se repetindo ao longo do tempo, inundando-nos das mesmas substâncias químicas, tanto cerebrais quanto corporais. Com o passar dos anos, esses padrões tornam-se o nosso estado de ser ou, por outras palavras, a nossa personalidade.
Isto significa que, para nos sentirmos existir, para nos relembrarmos de quem somos, dependemos de que esses estados de pensar e sentir se repitam.
Autoconhecimento
Agora que ficou clara a diferença entre as nossas duas mentes e a importância do subconsciente na nossa vida, vamos perceber o que acontece quando nos autoconhecemos.
Autoconhecermo-nos é ampliarmos a consciência que temos de nós mesmas. É tornarmo-nos consciente de aspetos nossos que até ali, estavam na sombra do nosso inconsciente.
Esses aspetos inconscientes estão gravados no nosso subconsciente, que representa, como já vimos, 95% de quem somos. Isto significa que nós somos maioritariamente (95%) de programas automáticos que nos fazem agir de forma habitual e inconsciente. Ou seja: 95% das nossas ações e comportamentos são inconscientes e ocorrem de forma automática. É a isto que chamamos de andar em piloto automático.
À medida que nos vamos autoconhecendo, essa informação antes escondida, inconsciente e automática, vai sendo trazida para o consciente. Começamos a reconhecer estes nossos hábitos no nosso pensar, sentir e consequentemente, no nosso agir. Em vez de (re)agirmos automaticamente, começamos agora a refletir antes de (re)agir e, eventualmente, começamos a (re)agir de forma mais consciente.
Assim, à medida que essa informação inconsciente vai ficando mais visível, vai tendo menos influência em nós. Deixamos de ser esses programas automáticos e passamos a ser a consciência que observa esses mesmos programas.
Este é um processo de empoderamento já que resgatamos o poder de comandar a nossa vida (os nossos pensamentos, emoções e ações) ao invés de sermos comandadas pelos tais programas automáticos.
Visualização
Nesta área do desenvolvimento pessoal, faz-se frequentemente referência à ferramenta da visualização ou visualização criativa, como alguns autores lhe chamam.
Esta ferramenta tornou-se popular com o livro “O Segredo”, de Rhonda Byrne e com tudo o que, a partir daí, se escreveu sobre a Lei da Atração e tem como propósito, apoiar-nos na cocriação de uma nova realidade.
Porém, quantas de nós já procuraram aplicar a ferramenta e saímos frustradas desse processo? Porque é que isso acontece?
Ora, quando visualizamos uma nova realidade, estamos a usar a nossa mente consciente para criar. Essa é efetivamente a função da mente consciente, como vimos no início deste artigo. Porém, e como já vimos também, 95% do nosso tempo, nós pensamos, sentimos e agimos a partir de programas automáticos e inconscientes instalados no nosso subconsciente.
Isto significa que a realidade que vivemos atualmente resulta de 95% de pensamentos e emoções inconscientes. É por isso que pensarmos com a nossa mente consciente, não chega para nos transformarmos a nós e à realidade que vivemos.
Na maioria dos casos, tentamos criar com a nossa mente consciente, mas com crenças e emoções inconscientes contrárias. Podemos querer, por exemplo, riqueza mas se nos sentirmos pobres ou se tivermos sentimentos de culpa (que estão na base de crenças de não merecimento) não vamos criar abundância.
Então, antes de procurarmos visualizar uma nova realidade, é importante ampliarmos a nossa consciência sobre esses padrões de pensamentos, emoções e reações habituais, automáticos e inconscientes (e isso só é possível com autoconhecimento). Para que, assim que eles entrem em ação, possamos interrompê-los e criar um novo programa.
Como instalar um novo programa no teu subconsciente?
Até aqui, ficou claro que, se queremos transformar algo em nós ou nas nossas vidas, o trabalho passa muito mais pelo nosso subconsciente do que pela nossa mente-ego consciente.
Por isso, vamos agora ver como podemos substituir os velhos programas do nosso subconsciente por novos programas alinhados com a realidade que desejamos experienciar.
As nossas duas mentes (consciente e subconsciente), têm formas diferentes de aprender:
- mente consciente – sendo criativa, aprende das mais diversas formas: a ouvir um podcast, a ver um vídeo, a ler um livro, a observar alguém…
- mente subconsciente – tratando-se dos nossos programas automáticos, ela não muda facilmente e isso acontece para nosso próprio benefício (como seria se tivessemos que reaprender todos os dias a andar, por exemplo?). A partir dos 7 anos de idade, se queremos alterar os nossos programas automáticos, é necessária repetição.
Então, o processo acontece da seguinte forma:
1º – Precisamos tornar-nos conscientes dos nossos programas inconscientes (através de autoconhecimento);
2º – Sempre que nos apanharmos sob o comando desses velhos programas, impedi-los de continuarem a “correr no nosso sistema” (impedir, conscientemente, que esses programas se repitam);
3º – No lugar dos velhos programas, repetir, conscientemente, os novos programas que queres instalar e que estão alinhados com a realidade que visualizas.
Conclusão
De forma a transformarmos a nossa realidade, não podemos continuar a ser os nossos programas inconscientes. Devemos sim tornar-nos a consciência que observa esses programas.
Quando nos observamos, somos capazes de parar os nossos velhos programas automáticos, somos capaz de controlar conscientemente as nossas reações emocionais e somos capazes de modificar conscientemente o nosso comportamento. Ao fazê-lo, criamos novas experiências o que faz com o que o nosso cérebro produza uma nova mistura de químicos o que, por sua vez, gera uma nova emoção. Com repetição, criamos assim um novo padrão que se instala no nosso subconsciente.
Tanto a tomada de consciência quanto a mudança, são processo e não episódio. E é processo espiralado, o que significa que vamos tomando consciência das várias camadas de um determinado padrão e, nessa mesma medida, vamos experimentando fazer diferente e mudando, sempre e tudo no gerúndio.
Referências
1. Palestras do Pathwork.
2. Livro “Como Criar Um Novo Eu” – Dr. Joe Dispenza.
3. Palestras de Dr. Joe Dispenza
4. Palestras de Bruce Lipton
Diana
Um super resumo de como criar um novo eu! Adorei!
Sofia de Assunção
DianaQue bom que resumiu bem o processo e que foi claro Diana 🙂